O que é Mindfulness?
O mindfulness (ou atenção plena) é uma capacidade humana inata e universal. O que acontece é que à medida que vamos crescendo e automatizando comportamentos, e à medida que a vida se vai tornando mais exigente, acabamos por passar grande parte das nossas vidas em modo “piloto automático”, caminhando como que adormecidos através da vida, em vez de estar completamente presentes para ela.
Se começar a prestar realmente atenção, rapidamente irá compreender que, a maior parte do tempo, a sua mente está a pensar acerca do passado ou do futuro. Poderá estar a pensar sobre qualquer coisa que um colega lhe disse ou fez a semana passada, ou algum evento há alguns anos atrás, ou poderá estar a planear ou a fantasiar sobre o futuro. Quando estamos assim perdidos nos nossos pensamentos não estamos totalmente presentes na nossa vida.
Quando passamos muito tempo perdidos nos nossos pensamentos poderá instalar-se um sentimento generalizado de cansaço e esgotamento, sem que consigamos identificar um motivo. |
O modo piloto automático não é um problema em si próprio, mas impede-nos de desfrutar da vida em toda a sua plenitude, fazendo com que muitas experiências nos passem completamente ao lado. Quando passamos muito tempo a funcionar deste modo, poderá instalar-se um sentimento generalizado de descontentamento, aborrecimento, cansaço e esgotamento, sem que consigamos identificar um motivo claro para isso.
Por outro lado, quando a vida se torna mais exigente e acelerada, e aumentam as preocupações e situações geradoras de stress, podemos acabar por ficar presos em padrões de pensamento ruminantes que nos trazem sentimentos de tristeza mais permanentes e podem conduzir a situações mais graves de ansiedade e depressão. Nestas situações poderemos ser mais impulsivos e reagir de forma menos refletida e ajustada às situações, com consequências ao nível do nosso desempenho em todas as áreas da vida (desempenho profissional, académico e/ou desportivo, relacionamentos íntimos, familiares e sociais, hábitos alimentares e outros hábitos de saúde…). |
Aprender a cultivar mindfulness intencionalmente ajuda-nos a sair dos padrões automáticos de funcionamento da mente. Por isso gosto de definir mindfulness como um treino mental que nos ajuda a prestar atenção ao leque completo das nossas experiências (sensações do corpo, pensamentos, estados de humor, emoções, comportamentos e impulsos) notando a forma como estes se relacionam entre si. Permite-nos aprender a reconhecer que podemos responder às situações em vez de reagirmos de forma automática, melhorando assim a nossa capacidade de autorregulação emocional e de resposta ao stress e aos desafios que a vida nos apresenta.
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Mindfulness é a consciência que surge quando prestamos atenção, intencionalmente e sem julgamento ao momento presente. |
As intervenções baseadas em mindfulness, como o programa de Redução de Stress (MBSR), são intervenções que o ajudam a implementar esta prática de uma forma mais consistente e estruturada, com recurso a práticas formais e orientadas de meditação e outros exercícios informais que o ajudam a “despertar e estar atento” no dia a dia, a reconhecer os seus padrões de funcionamento e de relacionamento com as suas experiências de vida.
A introdução do Mindfulness na sociedade ocidental deve-se em particular a Jon Kabat-Zinn, um Biólogo Molecular do Centro Médico da Universidade de Massachusetts. Em 1979, nessa universidade, desenvolveu o programa MBSR — Mindfulness Based Stress Reduction (redução de stress baseada em mindfulness). O programa MBSR foi inicialmente criado para apoio a pessoas com dor crónica, doença crónica e ansiedade, como complemento aos seus tratamentos.
Ao longo das últimas quatro décadas de aplicação, o MBSR evoluiu para incluir a prevenção de doenças relacionadas com o stress, e a melhoria da concentração, da produtividade, do desempenho profissional, académico e desportivo, e do bem estar geral.
Desde então têm proliferado os estudos científicos nesta área, e a neurociência tem demonstrado que a prática regular de mindfulness tem benefícios ao nível das estruturas e funcionamento do cérebro: estimula o sistema nervoso parassimpático (uma parte do nosso sistema nervoso autónomo que é responsável por acalmar os sistemas de resposta ao stress); e provoca alterações positivas, com aumento da massa cinzenta, ao nível de várias estruturas do cérebro (responsáveis pela capacidade de manter a atenção, compaixão e empatia, pela percepção, a consciência corporal e a tolerância à dor, a regulação das emoções, a introspecção, o pensamento complexo e o autoconhecimento).
A introdução do Mindfulness na sociedade ocidental deve-se em particular a Jon Kabat-Zinn, um Biólogo Molecular do Centro Médico da Universidade de Massachusetts. Em 1979, nessa universidade, desenvolveu o programa MBSR — Mindfulness Based Stress Reduction (redução de stress baseada em mindfulness). O programa MBSR foi inicialmente criado para apoio a pessoas com dor crónica, doença crónica e ansiedade, como complemento aos seus tratamentos.
Ao longo das últimas quatro décadas de aplicação, o MBSR evoluiu para incluir a prevenção de doenças relacionadas com o stress, e a melhoria da concentração, da produtividade, do desempenho profissional, académico e desportivo, e do bem estar geral.
Desde então têm proliferado os estudos científicos nesta área, e a neurociência tem demonstrado que a prática regular de mindfulness tem benefícios ao nível das estruturas e funcionamento do cérebro: estimula o sistema nervoso parassimpático (uma parte do nosso sistema nervoso autónomo que é responsável por acalmar os sistemas de resposta ao stress); e provoca alterações positivas, com aumento da massa cinzenta, ao nível de várias estruturas do cérebro (responsáveis pela capacidade de manter a atenção, compaixão e empatia, pela percepção, a consciência corporal e a tolerância à dor, a regulação das emoções, a introspecção, o pensamento complexo e o autoconhecimento).
Para Quem?O sucesso do programa MBSR e o aumento exponencial do número de estudos científicos realizados na área da saúde, neurociência e ciências sociais, levaram à difusão e adaptação desta prática a contextos muito diversos:
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